A Geografia Sagrada do Candomblé: Recriando a África em Território Brasileiro
Bem-vindo! Este blog funciona como um acervo pessoal, onde reúno tudo que me interessa na internet. É o meu espaço para organizar e não perder de vista as coisas que curto. Se algum dos assuntos por aqui chamou sua atenção, é provável que tenhamos afinidades. Fique à vontade para sugerir novas ideias e conteúdos!
No mito, conta-se que Nanã, a Orixá mais antiga e a mãe primordial, foi a primeira a criar o ser humano. Ela moldou os corpos humanos a partir do barro (a sua matéria sagrada), deixando-os prontos para receber a vida.
No entanto, ela não conseguia dar o último toque para que o ser humano se tornasse completo, pois os cordões umbilicais de barro não podiam ser rompidos por suas mãos, e ela não utilizava ferramentas de corte.
Nesse momento, Ogum, o Orixá do metal e da tecnologia, se ofereceu para ajudar. Ele, com sua espada de ferro, cortou os cordões, finalizando a criação.
Nanã ficou profundamente ofendida e traumatizada com o uso do metal para "ferir" sua criação. Para ela, a vida e a morte deveriam ocorrer de forma natural, através do barro e da terra, sem a intervenção de ferramentas cortantes ou violentas.
Dessa história, surgem os fundamentos e as quizilas que você ouviu:
Quizila de Nanã: Ela se tornou a Orixá que não gosta de ser tocada por objetos de metal. Seus assentamentos e ferramentas rituais são feitos de madeira e barro.
Oposição com Ogum: A divergência entre Nanã e Ogum representa o contraste entre o natural (Nanã e o barro) e o tecnológico (Ogum e o metal). Ela rege a vida e a morte de forma suave e natural (a terra que acolhe o corpo), enquanto ele rege o progresso, mas também a guerra e o corte.
Portanto, a história tem um fundamento sólido, explicando por que Nanã rejeita o metal e por que essa quizila é tão importante e respeitada em seus rituais.
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